segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Olha-me nos olhos

Olha-me nos olhos, contém-te e mente,
Como mente a bátega às andorinhas.
Conta-me que essas lágrimas são minhas
E que por mim choras ardentemente.

Diz-me que esse teu pranto é meu presente,
Diz que ao meu ombro, de gosto, te aninhas,
Diz que o suco de mim não tem grainhas
E que o bebes num só solvo, contente.

Diz-me que esse teu alvo esplendor lindo
(Que certamente é o mais lindo do mundo!),
Num só maneio olha pra mim se rindo.

Diz-me que esse teu chorar é profundo.
Diz! Por favor, mas diz, mesmo mentindo!
Mentido sou feliz por um segundo.

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