sábado, 31 de agosto de 2013

E tantas

Eu que te amei em eloquente silêncio,
E tantas vezes te falei nas entrelinhas,
Eu que tanto me neguei a te amar,
Em acabrunhado e disfarçado recato,

Em pranto vertido, contido e solitário.
E tantas vezes deixei partir-se o meu peito,
Enquanto teus olhos me convidavam.
Em ensaios do nascer da luz ao amanhecer,
Entrelacei as tuas mãos nas minhas.
Estremeci ao toque do teu corpo no meu.
E cedi às emoções de beijos e paixão,
Enfeitando o castelo dos nossos sonhos.
Era só quimera frágil que se desmanchou.
Efêmeros sopros do vento na bruma.
Errante amor sem pilares de sustentação.
Espúrio e devotado só ao templo da paixão.
Estúpido coração! Crédulo e inconsequente.
Ensaios de lágrimas com o sol poente.
Entrelinhas da morte em vidas entrelaçadas,
E meu coração só, para sempre descrente.

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