domingo, 11 de maio de 2014
A vida é tão curta
A
vida é tão curta, que nem temos a noção da duração dela, mas sabemos que
em momentos, o tudo transforma-se em nada, esse nada que nos preenche a
alma, todas as noites e dias, por pensarmos no que poderíamos ter feito
para termos mais imagens de algo que ficou escuro e sem foco, a memória
fotográfica, essa, mais tarde ou mais cedo, é que nos vai forçar a
sorrir, pois devemos memorizar, cada sorriso,
cada abraço, cada gesto, cada palavra, e, só depois, mesmo que tudo
seja importante, escolhemos o que mais se destaca, para os nossos olhos
poderem brilhar e para que cada lágrima que escorra pelo nosso rosto já
tocado, possa identificar algo memorável, algo gravado como cada estrela
brilhante no céu, a mais brilhante, queremos com todas as nossas
forças, que seja, parte do nosso pensamento, que seja a dor, partilhada,
neste enorme mundo de sofrimento. E, é então, que estando a sós,
debruçamo-nos sobre o alpendre, a apreciar as ondas que rebentam com um
reflexo capaz de nos cegar, vindo da noite estrelada, que nos acompanha
iluminando-nos de cima, e, despertando um pensamento de que as estrelas,
também demonstram sorrisos, fechados, mas sentidos do que a vida nos
levou. O problema por vezes é deixar cartas por abrir, jamais saberemos o
que nos espera, o mais certo, é ser um relógio, que nos dá um tempo
incerto, não para lermos a carta, mas para percebermos o porque de nos
dar tempo para aproveitarmos ao máximo a incerteza e a companhia do seu
remetente, temos tempo, para sorrirmos uma ultima vez, pois chegou a
hora de abrir a carta, a sós, lemos uma despedida, à qual já não podemos
responder, pois o tempo, dado como incerto, acabou. Agora sorrimos pelo
que foi, pois o que foi sempre nos sorriu e nós devemos-lhe isso, pois
não temos outra imagem para contrariar a dimensão de um sorriso. E é ai
que após sorrirmos, chegou a nossa vez de escrevermos a nossa carta e
navegarmos até alto mar, para a deixar, na esperança, de que um dia,
alguém terá o mesmo tempo que tivemos, para ler algo tão precioso e
sentido.
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