quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O Amor Nunca Morre


Ouvi uma voz ecooar dentro do meu jazigo. Parecia conseguir ver pequenos raios de luz perfurarem o meu caixão.

Ouvi três baques secos, que ressoaram na madeira já gasta pela corrosão do tempo. Abriram a minha sepultura.

O sol encadeiou-me fortemente. Por entre a claridade, vi uma silhueta divina, perfeita até, que serpentiava por entre a luz.

O teu cabelo cor de fogo esvoaçava pelo uníssono coro do vento. Eras tu. Vieras resgatar me. Vieras trazer-me  de novo para a vida. O meu corpo já imponente não cedera mais e abraçara o teu vulto, quente e ardente.

A brisa melancólica e o ribombar dos sinos que badalavam no cimo da Igreja, fizeram com que o momentonos envolvesse e nos deixasse nos consumar por um beijo, longo e apaixonado.

Sentia saudades do teu perfume, do teu cabelo, do teu corpo, de ti.

O tempo passou num delírio de segundos e a noite já caía sobre as nossas cabeças.

Despedimo-nos com um leve beijo e eu sussurei-te ao ouvido "Amo-te"!

Fechei os olhos, e entreguei-me de novo a Deus.

O meu corpo caiu interpidamente sobre o caixão e a minha alma partiu, agora, feliz, só por te ver, só por te amar.

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