Corre.
Tudo me escorre da vista
E, sem que nada desista,
O tempo leva o que morre.
Amigos que se disseram;
Palavras mal espalhadas
E promessas mal pensadas.
Indo, vivendo morreram.
Foi o tempo, duro sal,
Peneirando o talhe da gente,
Assim, inexoravelmente.
Por que leva a gente a mal?
Gente se aparta de mim.
Levados por uma vital maré,
Uma maré que não torna a encher.
Comigo a ver
Aquele fim,
É o que é.
Gente se aparta de mim,
Mas gente chega também.
Sou eu quem corre, afinal.
É o tempo, duro sal,
Que actua, mal ou bem,
Fazendo aquilo que sou.
Eu chego, eu passo, eu vou.
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