terça-feira, 14 de agosto de 2012

Duro sal

Corre.
Tudo me escorre da vista
E, sem que nada desista,
O tempo leva o que morre.

Amigos que se disseram;
Palavras mal espalhadas
E promessas mal pensadas.
Indo, vivendo morreram.

Foi o tempo, duro sal,
Peneirando o talhe da gente,
Assim, inexoravelmente.
Por que leva a gente a mal?

Gente se aparta de mim.
Levados por uma vital maré,
Uma maré que não torna a encher.
Comigo a ver
Aquele fim,
É o que é.

Gente se aparta de mim,
Mas gente chega também.

Sou eu quem corre, afinal.
É o tempo, duro sal,
Que actua, mal ou bem,
Fazendo aquilo que sou.

Eu chego, eu passo, eu vou.

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