terça-feira, 14 de agosto de 2012

Eu, Outrem


Não sou quem tu pensas que sou.
Eu não sou quem tu conheces:
Sou aquilo que não dou
Por serem versos e preces.

Não sou este humano errante
De personalidade forte,
Nem este cadáver andante
Que vivendo espera a morte,
Nem o dono deste vulto
E nem este rapaz culto
Neste minúsculo porte.

Não sou nada do que digo
Nem sou nada do que faço.
Tenho alma de mendigo
E histórias a cada passo.

Não sou sujeito educado
Nem doidices de homem lento.
Não sou ralé nem sou rei.
Eu sou guitarra de fado,
Sou cantor de sofrimento,
Pois sou o meu pensamento
E o que penso o que serei.

Não sou o que os teus olhos vêem,
Nem homem nem predicado.
Sou as palavras que lêem
Em todo o significado.

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