terça-feira, 14 de agosto de 2012

O teu sorriso

O Sorriso. Esse gesto lindo, sublime, que nunca aprendi a fazer. A minha naturalidade jamais tece um sorriso em horas mortas ou quando a minha alma não está em mim; mas tu...
Os teus lábios quando se esquecem, quando estão alheios, quase sempre se curvam gentilmente numa leve meia-lua. Sim, é a lua quem aparece quando sorris; é a sua brancura que trazes nos dentes, é a sua calma que trazes no jeito. Ao contrário de mim, não aprendeste outro modo de estar que não seja o de sorrir. Tu sorris porque és um sorriso e é sorrindo que me desarmas, me fazes baixar a guarda. É sorrindo que me pões vulnerável aos teus castigos - essas torturas que os teus lábios fazem aos meus. É sorrindo que me conquistas, me tomas e as nossas línguas dançam o tango.
Não ignores o poder do teu sorriso: quanta gente a ele já não se rendeu? Eu próprio desmaio a face fechada quando o vejo. Quando o admiro, então, perco as forças e só o meu olhar permanece firme, fitando esse sorriso que me derrubou, enquanto espera, também ele, ser derrubado.
Sim, rendo-me. Esse sorriso mata-me sem querer e eu sou um átomo cheio de vida que em todos os segundos deseja a morte.
Sorri para mim.

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